INDT participa das oficinas de revisão da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial
O Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT) participou, na semana passada, da rodada de oficinas para revisão da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA). A especialista em IA e Computação Quântica, Jasmine Moreira, representou o instituto.
Promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o encontro reuniu, na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília, mais de 30 representantes do setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de todo o país. A intenção foi revisitar objetivos, eixos, metas e ações da estratégia para alinhá-la aos interesses e prioridades nacionais e deverá ser concluída até junho deste ano.
As oficinas contaram com especialistas em P&D que atuam em 10 centros de pesquisa aplicada em inteligência artificial apoiados pelo MCTI, além de unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), da qual o INDT faz parte desde 2016.
“Estas discussões precisam ser feitas porque envolvem a sociedade como todo e tratam dos impactos que a IA trará sobre ela. É importante haver antecipação para que possamos mitigar problemas graves que poderão ocorrer”, afirma Jasmine, que também é doutora em Educação, destacando a urgência de termos políticas públicas que garantam a regulamentação e orientação sobre a aplicação da IA em diversos segmentos.
Temas abordados
Entre os principais temas debatidos nas oficinas estavam as questões de ética e equidade e também as políticas públicas como meio de reduzir as desigualdades para que a Inteligência Artificial chegue a todos.
“Quando estamos imersos em um contexto no qual as transformações relacionadas ao trabalho podem ser feitas por Inteligências Artificiais, o valor que antes era gerado por pessoas deixa de existir e elas acabam sendo economicamente excluídas. Este é um dos grandes impactos que precisa de resposta, demandando produção de conhecimento e políticas públicas de contorno”, ressalta Jasmine.
Para a pesquisadora do INDT, embora exista um sensacionalismo midiático em torno do tema da IA, ela afirma que se trata apenas de mais uma ferramenta, um conjunto de “chave de fenda e martelo” que precisa ser estudado. “Como ocorre com toda nova ferramenta, precisaremos entender seus limites operacionais e éticos, bem como suas possibilidades e impacto sobre a sociedade”.
A revisão da EBIA teve início em dezembro de 2023, com a realização da primeira oficina com especialistas na área de IA. O trabalho é orientado para o desenvolvimento de aplicações voltadas para o enfrentamento dos problemas em áreas como saúde, educação, agricultura, energia e transição energética, entre outros.